segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sensações



Segunda-feira, dia típico da preguiça e até mesmo de reflexão. Parece que nesse dia paramos para pensar de fato, na nossa vida. Voltar ao trabalho é bom ou ruim? Voltar a ouvir as pessoas te cobrando é bom ou ruim? Voltar a ver seu chefe esperando uma semana de resultados positivos é bom ou ruim? Esperar atitudes de seus amigos, que você acredita que virão é bom ou ruim? Esperar seu parceiro fazer algo surpreendente, que não seja a compra de uma panela é bom ou ruim? Ouvir um elogio de quem você menos espera é bom ou ruim? Olhar a vida com perspectiva mesmo que tudo conspira para o contrário é bom ou ruim? Tentar encontrar uma vontade de trabalhar bem escondida em algum lugar é bom ou ruim? Querer um pouco de humor dos mais rudes é bom ou ruim? Está vendo? Eu, particularmente, estou pensando em tudo isso, e são apenas 09h17. Imagina até o meio dia. Acho que preciso de mais fé. Fé para me deixar otimista. Minha incredulidade para seres humanos é alarmante, tenho até medo que a maioria da população pense como eu. Ai é o fim de uma humanidade esperançosa. Não acredito mais nas pessoas, para mim a vida deixou há muito tempo de ser algo bom, hoje, todos querem apenas, conquistar espaço. Ainda escuto aqueles que lutam pela permanência do afeto e desejo recíproco do bem estar comum. Mas, ainda assim, vejo que são pouquíssimas as pessoas, que ainda lutam por isso. Até pensei pedir a Deus, um coração como o dele, quem sabe assim, aprendo a amar todos como deveria, a olhar com olhos mais caridosos, com sensibilidade de quem quer apenas entender o que se passa. No entanto, fiquei com medo do que Deus poderia encontrar fazendo essa troca. Descobri também que sou mais intolerante do que eu pensava. Um dia desses, um cara veio tentar me explicar nossa origem, que viemos do macaco e todo aquele papo furado de quem está desempregado e tem muito tempo para perturbar. Nossa! Se fosse um tempo atrás, ouviria toda aquela explicação contente e cheia de vontade para aprender algo mais, mas de repente, pedi para ele calar a boca. Pedir para calar a boca? Tentei ser educada, porém não surtiu efeito. Ele ainda tentou insistir, mas logo o fone de ouvido entrou em cena. Quando cheguei em casa, por um instante, minha consciência ganhou uns quilinhos, fiquei pensando que, talvez, ele estava com vontade de conversar, como eu, você, como todos nós temos em algum momento. Fiquei com raiva de mim, da minha incapacidade de colocar-se no lugar das pessoas. Fui dormi triste. Faltou mesmo amor da minha parte. Em contrapartida, analisando os fatos e puxando sardinha para o meu lado, não fui tão ruim assim, porque antes dele começar a pregar sobre origem dos seres vivos, eu havia dado R$ 20,00 para ele comprar a maldita de cada dia, bom, minha consciência voltou ao peso normal e, eu, dormi bem. Mais uma vez concretizo que na vida, é tudo um verdadeiro enigma, às vezes me dá vontade de parar de pensar, de verdade, deixar com que meus pensamentos sejam levados, mas me apego na certeza de que, enquanto estivermos atuando por aqui, vamos atuar com qualidade.Agora, se me dê licença, tenho que levantar, pois o dever me chama. Isso é bom ou ruim?

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